+

Publicações da EDUEM

Práticas com crianças, adolescentes e jovens: pensamentos decantados

O livro começa com a história do PCA-Programa Multidisciplinar de Estudos, Pesquisa e Defesa da Criança e do Adolescente. Nos capítulos seguintes, destacamos a amplitude do nosso fazer cotidiano no Programa apresentando o leque das atividades que desenvolvemos, ou seja, os projetos de extensão e pesquisa individuais, o envolvimento dos universitários e as produções acadêmicas. O Projeto Brincadeiras, mostra um tipo de intervenção, revelando como as crianças e os adolescentes se relacionam com os estudantes nas suas atividades práticas. O Projeto Do não ser para o eu ser, arrola as prioridades e os recursos teórico-metodológicos utilizados nas práticas para demonstrar o itinerário utilizado para a formação dos acadêmicos. O Projeto Educação para a Cidadania destaca os direitos humanos por meio do estudo do Estatuto da Criança e do Adolescente (lei 8069/1990) e suas aplicações. O Projeto Laboratório, mostra as fontes de pesquisas relacionadas com a história/vida das crianças e dos adolescentes e a importância desse levantamento para o acesso público. Durante essa cronologia registramos nossos princípios e fundamentos teóricos, ressaltando principalmente autores do Humanismo Radical. Como subtexto, indicamos a demanda dos direitos sociais, e destacamos a importância do século XX como frutífero, não só em detectar os direitos fundamentais como também para expor ações necessárias ao exercício de sua conquista. Nos três textos seguintes ao do PCA, apresentamos algumas das parcerias que nos são especialmente caras e que complementam o desenho e a abrangência das atividades do PCA.

Geopolítica, defesa e desenvolvimento: a primeira década do século XXI na América Latina e no mundo

Na primeira década do século XXI, temas antes considerados "ultrapassados", como o desenvolvimento nacional, a geopolítica e questões de defesa voltaram a ordem do dia. O presente livro procura contribuir para a análise desse novo momento da História. Para tanto, reúne artigos diversos, escritos sempre a partir da perspectiva teórica do historiador, sobre tais temas. Dessa forma, o livro aborda temas vinculados à história contemporânea e, especialmente, sobre a primeira década do século XXI. Questões relacionadas à geopolítica (como a reformatação geopolítica do mundo hoje, com ênfase para os papéis de Estados Unidos, da Europa, da Rússia e da China) e defesa (como os dilemas do poder militar brasileiro ou o o equilíbrio militar e estratégico na América Latina) são a tônica do livro, assim como o tema do desenvolvimento nacional. Nesse sentido, há uma ampla discussão sobre os possíveis modelos internacionais para o desenvolvimento econômico do Brasil e seus dilemas, os possíveis modelos para o desenvolvimento e crescimento econômico brasileiro e outros tópicos que, certamente, auxiliarão o leitor a uma melhor compreensão do tempo presente.

A primeira Guerra Mundial: o conflito que mudou o mundo (1914-1918)

Este livro tem o objetivo de introduzir, ao leitor brasileiro, um pouco da imensa riqueza informativa disponível na historiografia internacional a respeito da Grande Guerra e que permanece, normalmente, além das possibilidades dos leitores que não sejam fluentes em outras línguas ou que tenham acesso à bibliotecas internacionais. Este trabalho também pretende ter alguns diferenciais frente aos outros livros - poucos - disponíveis sobre o tema em português, fazendo uma abordagem que se pretende mais completa. Dessa forma, ele recuperará as origens do conflito e as suas consequências para o mundo em que vivemos, como a descrição da guerra em si. No entanto, é também seu objetivo sair da história das relações internacionais e da história militar em favor de uma discussão a respeito das grandes questões políticas e dos problemas econômicos que estavam por trás dele e que acabaram por explicar a vitória de um lado e a derrota do outro. Também será abordada a enorme mobilização das sociedades envolvidas no conflito e as mudanças que a guerra causou - nos campos social, cultural, científico e politico - nas sociedades envolvidas e a influência dessas mudanças nos resultados do conflito e no mundo de hoje. A participação brasileira na guerra também será abordada, até para fazer o leitor perceber como o Brasil está ligado ao mundo e que não faz nenhum sentido uma história do Brasil que não se conecte com a história mundial. Diferenciais, pois, para um livro que se pretende um apoio para o leitor interessado em se aprofundar no assunto.

Redução jesuítica de Santo Inácio

Este livro trata da história da ocupação humana da região do rio Paranapanema onde foi implantada a Redução Jesuítica de Santo Inácio; apresenta as diversas pesquisas arqueológicas ali implementadas, e registra a organização do acervo do material arqueológico existente na prefeitura local proveniente da coleção deixada por um antigo morador local. Os vestígios da Redução Jesuítica de Santo Inácio foram redescobertos em meados do século XIX quando o governo do império resolveu instalar, no vale do rio Paranapanema, as Colônias Indígenas. Ali, em 1865, os engenheiros alemães Joseph e Franz Keller, relataram aspectos do que ainda podia ser visto no local. Informaram que o aldeamento "situava de 20 a 25 acima do nível do rio, e oferecia uma vista lindíssima e aprazível". Mediram os vestígios da antiga igreja jesuítica e calcularam ser de 20 metros de comprimento por 14 de largura situada de frente para o rio. Extinta a Colônia em 1878, o local novamente foi abandonado por quase 50 anos até que, em 1924, Manuel Firmino de Almeida, engenheiro civil, requereu e obteve do Governo do Estado do Paraná a concessão de uma gleba de terras no vale do Paranapanema onde fundou o povoado de Santo Inácio, denominação escolhida por Manuel Firmino, em homenagem a Redução Jesuítica de Santo Inácio do Ipaumbucu. Nas décadas de 1960 e 1970 iniciaram-se as primeiras pesquisas arqueológicas no vale do rio Paranapanema. Elas foram realizadas por professores do Museu Paranaense e da Universidade Federal do Paraná. Impulsionadas setor hidrelétrico do governo de São Paulo novas pesquisas foram realizadas nos anos de 1980 e 1990 pelo Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da Universidade Federal do Paraná. Essas pesquisas tiveram o financiamento da Companhia Energética de São Paulo (CESP), e partes do local onde situava a Redução e a Colônia foram impactados pelo reservatório da Usina Hidrelétrica de Taquaruçu. A partir de 2005 a Universidade Estadual de Maringá através do Programa Interdisciplinar de Estudos de Populações — Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etno-história, em parceria com Prefeitura Municipal de Santo Inácio e financiamento da Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná, reiniciaram as atividades de pesquisa e proteção da área da Redução.

Kaingang do faxinal: Nossos conhecimentos e nossas histórias antigas

“Já faz bastante tempo que queríamos registrar, de alguma maneira, as histórias que os velhos de nossa aldeia contam. Esta sempre foi uma preocupação de nossas lideranças, nosso cacique. Quando nossos professores bilíngües começaram a participar dos cursos de formação de professores indígenas em nosso Estado, foram incentivados a escrever livros para usarmos na escola de nossa aldeia (...). Com o apoio financeiro recebido e com a ajuda dos parceiros, agora conseguimos realizar mais este projeto e temos um livro contando um pouco de nossas histórias, nossos conhecimentos, nossos mitos que, estando escritos, podem ser conhecidos por muitas pessoas dentro e fora de nossa aldeia (...) (Retirado de Apresentação).

Repressão política durante o regime militar no Paraná: O caso da operação marumbi na Terra das Araucárias

Esta Obra analisou o período do regime militar, especialmente o ano de 1975, quando foi desfechada no Estado do Paraná uma operação policial-militar conhecida como Operação Marumbi, planejada pela DOPS e CODI-DOI. A polícia política prendeu mais de 100 pessoas acusadas de reorganizarem as bases políticas do PCB no Estado. Desse total de pessoas presas, 65 indivíduos foram indiciados, dando início ao IPM 745.

As guerras dos índios Kaingang: a história épica dos índios Kaingang no Paraná (1769-1924)

Existe hoje no Paraná mais de vinte Terras Indígenas, ocupando as diversas regiões do estado desde o litoral até as margem do rio Paraná, abrigando uma população em torno de doze mil índios entre Kaingang, Xokleng, Guarani e Xetá. A evidente presença indígena no Paraná não foi registrada pela história da região e o objetivo da primeira parte deste trabalho é mostrar como se construiu a idéia do vazio demográfico. Pois, na maioria dos discursos oficiais, em livros didáticos, nas obras sobre o pioneirismo, nos trabalhos acadêmicos que tratam da ocupação/colonização regional a partir de 1930, é comum se encontrar a afirmação de que essas terras eram "devolutas", "selvagens", "desabitadas", "estavam abandonadas", eram "virgens", "selváticas", um "sertão bravio". Dessa forma elas estavam desabitadas, vazias, prontas para serem ocupadas e colonizadas. É o mito do vazio demográfico. Ao lado dessa falácia, a sociedade envolvente apagou um dos sujeitos da história: os povos indígenas. A ocupação da região é tida como pacífica, sem lutas ou resistências, uma vez que, os povos indígenas simplesmente não existiam. Isso é o que demonstramos na primeira parte desse livro. Na segunda e terceira partes, buscaremos resgatar a presença e a resistência indígena, tendo como marco suas relações interculturais com a sociedade envolvente. Abordaremos as formas de luta e resistência dentro da perspectiva histórica/antropológica que considera as ações das sociedades indígenas enquanto ações políticas, mesmo que assimétricas. Essa perspectiva põe em relevo a capacidade política das sociedades indígenas de pensar suas relações com o outro. Sua capacidade de serem sujeitos de sua própria história, de desenvolverem políticas para manterem seus territórios e a sua continuidade enquanto populações diferenciadas entre si e dos brancos. Suas relações interculturais com os agentes da conquista implicaram em mudanças culturais internas, mas não se deve colocar a subordinação enquanto uma resultante absoluta do contato. Não ocorreu a homogeneização esperada e nem sua dissolução total na sociedade nacional. Os grupos indígenas no Paraná reelaboraram suas concepções de sociedade e de mundo, mas mantiveram suas línguas, parcelas de seus territórios, seus modos próprios de ocupação do espaço e construção do tempo mesmo que relacionada a novos contextos históricos.

História, memória e patrimônio

Os textos que compõe esta coletânea possuem determinada preocupação temática com a questão da memória e sua apreensão no ambiente social e político. Refletir sobre a memória social tem sido um meio fundamental de se abordar os problemas do tempo e da História e de percebê-la em momentos de retração ou de transbordamento. É nesse sentido que os lugares da memória ganham destaque nas análises realizadas pelos autores. Entre esses lugares podemos destacar: os “funcionais”, como as biografias, os memoriais e os depoimentos de sujeitos sociais e políticos; os “simbólicos”, como as peregrinações e os seus emblemáticos ritos e espetáculos religiosos; os “monumentais”, como os cemitérios e outros monumentos; e os “topográficos”, como os museus, os arquivos e as bibliotecas. Assim sendo, os autores utilizam importante e atualizada literatura, visando embasar as preocupações teóricas de cada um dos capítulos desse livro e contribuir para aprofundar os estudos no campo das ciências humanas, dando suporte teórico e pistas para a reflexão empírica. "História, memória e patrimônio" é uma obra que reúne estudos de historiadores, antropólogos, sociólogos e cientistas políticos, cujo objetivo comum centra-se na interpretação dos problemas e das metodologias apresentados, a partir de uma perspectiva interdisciplinar. Nessa linha de abordagem, prima pela reflexão em torno de temas como biografias, memórias, museus e patrimônio histórico, cultural e religioso. Desse modo, o presente livro estimula a discussão sobre o campo da produção da pesquisa histórica, apontado ao pesquisador, variados instrumentos e métodos de seleção documental, hipóteses, interpretações e possibilidades de escritas acerca dos seus objetos de estudos.

Sobre a direita: Estudos sobre o fascismo, o nazismo e o integralismo

O presente livro compreende artigos e outros textos a respeito da problemática dos fascismos, especialmente sobre o fascismo italiano, o nazismo alemão e o integralismo brasileiro, mas com pontes também para o fascismo dos países anglo-saxões e do Cone sul latino-americano. Ele aborda temas amplos como a relação dos movimentos fascistas entre si e dentro da realidade internacional dos anos 20 e 30, a utilização dos imigrantes italianos como instrumento da política externa na Alemanha nazista e da Itália fascista.

Os Kaingang do vale do rio Ivaí-Pr: histórias e relações interculturais

Este livro demonstra a história das Terras Indígenas localizadas na bacia hidrográfica do rio Ivaí no Estado do Paraná. Terra Indígena Ivaí, situada nos municípios de Manoel Ribas e Pitanga; Terra Indígena Faxinal, localizada no município de Cândido de Abreu; e Terra Indígena Marrecas, nos municípios de Turvo e Guarapuava. Analisamos todo o processo de desterritorialização das populações indígenas da bacia do Ivaí e suas relações interculturais estabelecidas com a sociedade envolvente. Tais relações garantiram a presença das populações indígenas na região, mas redefiniram profundamente sua dimensão sócio-cultural. Nossos agradecimentos à Fundação Araucária pelo financiamento do projeto de pesquisa A história dos índios Kaingang no vale do Ivaí - PR, que possibilitou a realização de toda a pesquisa e a publicação deste trabalho. Agradecemos aos funcionários da FUNAI de Londrina, Curitiba e Guarapuava e do Arquivo Público do Paraná. E um agradecimento especial às lideranças e aos moradores das Comunidades Indígenas do Ivaí, Faxinai e Marrecas, que contribuíram de maneira significativa para que nossa pesquisa pudesse ser realizada. A estas comunidades dedicamos este livro.

Nas águas de Lobato: uma micro-história construída a partir das falas de seus moradores

Entre 1948 e meados de 1970, uma sociedade formada por um conjunto de núcleos sociais relativamente autônomos construiu e habitou a zona rural de Lobato, município localizado a 462 km de Curitiba, ao norte do estado do Paraná. A sociedade, em sua forma geográfica, era composta por propriedades rurais demarcadas a partir dos córregos ou Águas existentes na área sobre a qual o Município foi fundado. Em sua forma social, as Águas apresentavam uma organização voltada, sobretudo, para a vida em coletividade.

Populações indígenas no Brasil: histórias, culturas e relações interculturais

“Seja como for, o fato e que, após 500 anos de tentativas de abolir as populações indígenas, elas continuam existindo, recriando práticas ancestrais e reivindicando sua sobrevivência como sociedades específicas. Assim, em uma perspectiva etno-historiográfica e antropológica, propomo-nos a apresentar alguns aspectos da história e das culturas das populações indígenas que ocuparam e ainda ocupam vastos territórios que hoje fazem parte do Estado Nacional brasileiro. Contribuímos, dessa forma, com o esforço que hoje se desenvolve no sentido de refinar e detalhar as análises e interpretações relacionadas à história e à etnologia indígena, à organização sociocultural, às relações com os colonizadores, às questões relativas ao contato interétnico contemporâneo e às que ocorreram nos séculos de ocupação do Continente Americano e do Brasil” (In Apresentação).

Uma universidade de ponta-cabeça: a ocupação da Reitoria e a luta dos estudantes da UEM pela gratuidade do ensino e pela democratização da universidade

O ano de 1984 foi marcado por grandes mobilizações populares no país, particularmente pela campanha diretas-já para presidente da República. Os trabalhadores fortaleciam a recém-criada CUT, que tinha convocado, no ano anterior, importante greve geral. Os estudantes articulavam, com habilidade, as mobilizações por bandeiras democráticas com reivindicações especificas. No Paraná, as mobilizações mais marcantes se deram em universidades pagas. Além do movimento estudado por este livro, houve ocupação da reitoria na Universidade Católica, greve com ocupação na Faculdade de Paranaguá, amplo e vitorioso boicote às mensalidades na Fecivel (Cascavel), mobilizações na UEL etc. Foi uma conjuntura de grande efervescência para o movimento estudantil paranaense, que começa a receber, merecidamente, a devida atenção de trabalhos acadêmicos. Não posso me esquecer das árvores do campus da UEM, decoradas, em 1982, com frutas de papel simbolizando a chapa "Outras Palavras' que levou à direção do DCE o grupo político que viria a dirigir o movimento de ocupação da reitoria. No ano seguinte, eu voltei à UEM para contribuir com a chapa "Próximos Passos". Essas campanhas romperam com os discursos carregados de palavras de ordem e sintonizaram-se com a "cara" da juventude dos anos 1980, com disposição de lutar por inúmeras bandeiras, mas sempre com alegria. A ocupação da reitoria da UEM, eu penso, foi uma ação bastante radicalizada (a ocupação dos prédios administrativos e do centro de poder), mas nem por isso isolada, contando com um grande número de participantes. Um dos resultados dessa luta foi a introdução, nos anos seguintes, da gratuidade nas universidades estaduais. Também contribuiu para formar a consciência de muitos jovens que, ainda hoje, encontro engajados em lutas sociais, nas universidades, nas escolas, movimentos sindicais e nos partidos políticos de esquerda. Que a memória daqueles anos de luta seja um estimulo às novas e velhas gerações na luta por suas utopias, com combatividade, mas sem perder a ternura e a alegria!

Ruas curvas versus Ruas retas: a trajetória do urbanista Jorge de Macedo Vieira

Adaptação da dissertação de mestrado da historiadora Rosana Steinke, defendida no programa de pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da.USP/São Carlos, este livro faz abrangente análise, em perspectiva interdisciplinar, da obra do engenheiro e urbanista Jorge de Macedo Vieira. Tendo iniciado carreira na segunda década do século XX na Companhia City, Vieira foi responsável pelo planejamento de 19 bairros, da cidade de São Paulo, por vários projetos no interior paulista e em outros dois estados, Rio de Janeiro e Paraná. Nas décadas de 1940 e 1950, realizou seus dois projetos mais amplos, encomendados pela Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná, assinando o planejamento das cidades de Maringá e Cianorte. Embora seu nome esteja associado aos debates historiográficos sobre essas duas cidades, sua obra era relativamente desconhecida: dos pesquisadores especializados na questão urbana. O desenvolvimento da pesquisa de Rosana Steinke, além de enfrentar os temas que pautou, ensejou o levantamento completo; da obra do urbanista, agora mapeada no programa de pós-graduação a que seu projeto esteve vinculado. De resto, sua pesquisa foi a primeira a manusear os projetos e documentos originais, que estavam guardados pela família. Com recursos da história cultural, Rosana. Steinke faz criativa análise do ambiente intelectual em que se educou Jorge Macedo. Vieira, investigando suas influências e seus interlocutores: Em .coerência com seu perfil interdisciplinar, este livro tanto ilumina questões" pertinentes à história das regiões alcançadas pelos projetos de Vieira quanto suscita instigantes reflexões sobre a questão urbana no Brasil.

Geopolítica e relações internacionais na virada do século XXI: uma história do tempo presente

Com o fim do Muro de Berlim em 1989 e o fim da União Soviética em 1991, terminou a Guerra Fria e o assim chamado "curto século XX". O mundo entrou numa nova era, marcada por instabilidade, reorganização do espaço geopolítico global e a emergência de novos conflitos. O presente livro procura contribuir para a análise desse novo momento da História. Para tanto, reúne artigos diversos, escritos sempre a partir da perspectiva teórica do historiador, sobre assuntos que marcaram os últimos quinze anos da política internacional. Dessa forma, o livro aborda temas vinculados à História Contemporânea, em sua grande maioria ligados ao século XX. Outros artigos, como não poderiam deixar de ser, remetem-nos para o momento presente. O leitor encontrará, assim, textos sobre as grandes guerras do século XX, a Guerra Fria, a desagregação do mundo soviético, a chamada Nova Ordem Mundial, a nova Rússia, os conflitos nos Bálcãs, no Oriente Médio e em diferentes regiões do planeta, o racismo, o Neonazismo, o Fundamentalismo Islâmico, os Direitos Humanos, o Mercosul e outros tópicos que, certamente, auxiliarão o leitor a uma melhor compreensão do tempo presente.

As dimensões da imagem: abordagens teóricas e metodológicas

O livro "Dimensões da Imagem — Interfaces Teóricas e Metodológicas" contempla o resultado de pesquisas que visam compreender a imagem como produto de diversas transformações discursivas. Nessa linha de interpretação, os ensaios ora apresentados tomam a fotografia, a produção cinematográfica, a pintura, o outdoor, a caricatura e a charge como documentos portadores de autonomias próprias, cuja análise requer procedimentos específicos para sua utilização. Trata-se de um trabalho interdisciplinar que reúne historiadores, cientistas sociais e literatos, propondo discussões sobre metodologias de análise apropriadas à abordagem do material fotográfico e fotojornalístico, bem como procedimentos adequados para o trato com a imagem fílmica e publicitá-ria. Ao fazê-lo sugere métodos de análise de distintas modalidades de imagem que permitem potencializar e ampliar ainda mais o campo para a pesquisa científica. A relevância de tais proposições se confirma à medida que a imagem passa a ser reconhecida como fonte de valor inestimável para a compreensão da contemporaneidade, deixando de ser percebida apenas como ilustração da pesquisa nas ciências humanas. Elevada à condição de documento, desde as décadas finais do século XX, as diversas modalidades da imagem tornaram-se capazes de despertar e denunciar uma determinada realidade, corroborando para a preservação da memória social e atuando no campo das percepções visuais e das representações mentais. Os ensaios apresentados nessa coletânea são, em sua maioria, resultantes das reflexões de pesquisadores envolvidos com o Laboratório de Apoio à Pesquisa e Documentação Imagética (LAPDI) e também de professores convidados da Universidade Estadual de Maringá e de outras Instituições de ensino que também priorizaram a imagem em suas abordagens. Nesse sentido, os autores tendem a problematizar a documentação imagética no contexto de sua produção e a oferecer exercícios de leitura de distintos tipos de imagem de modo a auxiliar a instrumentalização técnica aos leitores interessados, fornecendo-lhes subsídios que permitam a decodificação do conjunto de signos que constituem a mensagem visual.

A emigração italiana no Brasil (1925)

Durante um período de três anos, entre 1922 e 1925, Umberto sala, advogado e ex-combatente da Primeira Guerra Mundial, trabalhou no consulado italiano da cidade de São Paulo. Nesses anos, sua atividade foi intensa, abrangendo desde atividades burocráticas internas ao consulado na capital paulista até visitas, como representante do governo italiano, às comunidades italianas instaladas nas fazendas e cidades do interior. Ao retornar a Itália, em 1925, ainda impressionado pelo que havia visto e vivido no Brasil, Umberto sala resolveu escrever um relatório, reservado, para ser apreciado pelos seus superiores no ministério das relações exteriores da Itália. Tal relatório dava detalhes sobre a vida dos italianos e descendentes que viviam no estado de São Paulo, sobre seu cotidiano nas fazendas e nas fábricas, etc. Sala também apresentava suas reflexões sobre a sociedade, a política e a economia brasileiras, além de aconselhar o governo italiano sobre o que deveria ser feito para que a Itália pudesse ampliar a sua influência no Brasil. Rico de reflexões e informações sobre a coletividade italiana instalada no país, e, especialmente, no estado de São Paulo, é este um documento único, pela primeira vez traduzido e publicado em língua portuguesa. Através dele, podemos visualizar melhor o que foi a experiência dos italianos no Brasil, tanto no campo da economia e do trabalho, como na vida cotidiana, na política e no relacionamento com os brasileiros. O texto, contudo, não é de interesse apenas para os pesquisadores da imigração italiana no Brasil, pois também traz subsídios para entendermos tanto a cultura da elite dirigente italiana daqueles anos, e a maneira como ela via a emigração e os emigrantes, como a própria sociedade brasileira do período. Sobre o autor Umberto sala nasceu em Piano Porlezza (província de como, Lombardia) em 26/6/1893. Formou-se em direito e participou, com o grau de capitão, da primeira guerra mundial. Foi funcionário do consulado italiano em são paulo entre 1922 e 1925, tendo retornado à Itália neste ano. Em 1926, ele assumiu o vice-consulado italiano de ribeirão preto, sendo incerta a sua trajetória nos anos posteriores.

A construção do atraso: a discussão sobre a lei de informática no Brasil

Neste trabalho analisamos o debate em torno da elaboração da Lei de Informática brasileira, aprovada com o intuito de garantir um desenvolvimento tecnológico autônomo ao país. Preocupamos em apontar o quanto o nacionalismo protecionista foi prejudicial ao desenvolvimento econômico do Brasil. Nas discussões realizadas na Comissão Mista do Congresso Nacional fica explícito o esforço de diferentes segmentos políticos em torno de um objetivo comum: conceder, aos empresários e pesquisadores brasileiros, exclusividade no mercado nacional para os produtos que seriam desenvolvidos no país excluindo a concorrência de produtos estrangeiros. Como resultado da aplicação da Lei de Informática, ao invés de números que possibilitassem a comemoração da reserva de mercado para a indústria nacional de informática, deparamos com uma situação melancólica que representou um grande atraso para o Brasil, não só no setor de informática, mas de todos os segmentos da indústria e serviços que ficaram, durante muitos anos, à mercê de equipamentos nacionais obsoletos e caros ou na dependência de autorizações da Secretaria Especial de Informática.

As cidades e os povos indígenas: mitologias e visões

Foi com imenso prazer e com o apoio da SBPC que abrimos a nossa casa - a Universidade Estadual de Maringá - para que representantes das populações indígenas que vivem no Paraná nos relatassem as impressões que seus povos têm sobre as cidades que foram criadas em seus territórios sagrados, onde estavam seus campos de coleta e de caça e onde estão enterrados seus antepassados. Ficamos profundamente tocados pelas palavras proferidas pelos representantes dos povos indígenas, porque são falas que vieram do fundo da alma. Quando os índios se expressam, fazem-no sempre assim. Falam não apenas com o intelecto, como nós, mas com todos os seus sentimentos. Falam com o coração. Estiveram conosco, em outubro de 1998, o Cacique Kaingang Castorino Almeida, e o Sr. Américo Rodrigues Taimpé, ambos da área indígena do Barão de Antonina em São Jerônimo da Serra - PR; o Sr. Nambla Gakram, Xokleng que vive na área indígena de Ibirama, em Santa Catarina; o Sr. Olívio Jekupé, do povo Guarani da área do Laranjinha -Santa Amélia - PR; o cacique Teodoro Alves, Guarani da área de Ocoí em Foz do Iguaçu - PR, e o Sr. Tikuen Araxó, do povo Xetá que vive hoje na área indígena de São Jerônimo da Serra - PR.