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O levante dos posseiros: a revolta camponesa de Porecatu e a ação do Partido Comunista Brasileiro no campo

O Levante dos posseiros analisa a revolta componesa de Porecatu, movimento social de resistência, articulado por camponeses em defesa da posse da terra, na região Norte do estado do Paraná, nos anos de 1940 e 1950. Esse movimento tomou corpo e forma a partir da intervenção de militantes e dirigentes do Partido Comunista Brasileiro, que, por meio de uma ampla rede de solidariedade conseguiram organizar a luta armada por um período superior a dois anos. O estudo foi realizado tendo como base os documentos e relatórios produzidos pela Delegacia de Ordem Política e Social do Paraná (DOPS/PR), pelo Partido Comunista Brasileiro, pelo Fórum da Comarca de Porecatu e por uma ampla gama de reportagens sobre o episódio, publicada em jornais e revistas da época. Com isso foi possível compreender as artimanhas elaboradas pelos camponeses na luta e defesa da posse da terra, bem como os mecanismos de repressão instituídos pelo Estado, através do DOPS, da Polícia Militar e do Judiciário. Constatou-se que o uso da força policial e repressiva foi decisivo na derrota e desarticulação do movimento camponês armado. Como resultado da ação, milhares de camponeses foram deserdados e expulsos de suas terras e deslocados para outras regiões do Estado. Desde o século XIX, os homens do campo se organizam e se mobilizam para defender os seus direitos. No centro do processo, a incessante luta pela terra. Mas, sem dúvida, foi no século XX que essas lutas ganharam contornos diferenciados e nos permitiram incursionar pelos caminhos profícuos da análise histórica. Movimentos sociais como os dos posseiros de Porecatu são exemplos de como esses agentes sociais rurais, em movimentos de continuidades e rupturas, articularam-se na defesa de suas terras ou na luta por seus direitos. Neste livro, o leitor tomará ciência da odisséia de centenas de famílias de camponeses, que, no ceifar da labuta cotidiana, lutaram, resistiram, mataram e morreram para defender o seu quinhão de terra e a dignidade das suas famílias. Do suor, do sangue e das lágrimas construíram as suas histórias. Da violência, os seus destinos!