Como Veneza foi construída?

Veneza coverConhecida pelo seu romantismo e por ser praticamente um museu a céu aberto, Veneza é um dos destinos turísticos mais populares da Europa. Quem nunca sonhou em passear por seus inúmeros canais a bordo das famosas gôndolas e visitar as famosas praças e pontes do local?

A história de Veneza começou por volta do ano 450, quando habitantes da região de Veneto, no nordeste italiano, começaram a ocupar um conjunto de mais de cem pequenas ilhas localizadas em uma grande lagoa com mais de 170 canais, à beira do mar Adriático. O objetivo era se proteger dos bárbaros, que vinham tomando conta da Europa.

Por sua localização estratégica, entre o Oriente e o Ocidente, Veneza tornou-se uma potência mercantil e naval, com uma das maiores frotas de navios da Europa a partir do século 10. A cidade era ponto de entrada de sedas e especiarias vindas de países do Oriente para a Europa. Até hoje, os barcos são o principal meio de transporte que liga as diversas ilhotas, que são praticamente conhecidas como os bairros da cidade.

Essa importância comercial só foi abalada muito tempo depois, quando uma nova rota para o Oriente, contornando a África, foi descoberta pelos portugueses. Em 1797, a cidade foi conquistada por Napoleão e em 1866 passou a ser território italiano.

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Expansão
Logo as porções de terra firme já estavam completamente tomadas. A saída, então, foi avançar a construção das casas sobre as águas através de aterros de áreas alagadas, criando, inclusive, novas ilhas. Os aterros foram se popularizando tanto que muitos canais deixaram de existir ou foram se estreitando.

No início, as construções eram feitas em madeira e apenas alguns séculos depois as pedras foram utilizadas como material não só das casas, mas também para proteger as margens dos canais da água.

Já as famosas pontes surgiram muito tempo depois. As primeiras foram construídas apenas no século 10 e hoje contabilizam mais de 400. A famosa ponte do Rialto, uma das quatro existentes no Grande Canal e a mais antiga e famosa da cidade, teve sua última versão, feita de rochas, pronta apenas em 1591, mas já teve versões em madeira e pedras.

Embora a cidade seja conhecida mundialmente justamente por seus aterros, o engenheiro civil Fabricio Tardivo explica que essa característica não é única apenas em Veneza.

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Enchentes
O crescimento desordenado e a grande quantidade de aterros são alguns dos fatores responsáveis pelas recorrentes enchentes que os moradores enfrentam todos os anos.

Nos últimos cem anos, a cidade afundou cerca de 20 centímetros por causa da elevação do nível das águas, da compressão natural do solo e da estrutura da cidade. Basta a maré subir um pouco ou uma forte chuva atingir a região (bastante comuns no inverno), para que muitos locais fiquem alagados, inclusive a famosa praça San Marco, ponto obrigatório dos turistas.

Para tentar conter as inundações, um projeto chamado Mose, que custou mais de 5 bilhões de euros, está em fase de testes e deve começar a operar em breve. Trata-se de um conjunto de mais de 70 barreiras instaladas no fundo do mar e que circundam a cidade, cada uma pesando 200 toneladas.

Quando o aumento do nível da água do mar for superior a 110 centímetros, esses tanques de água recebem uma injeção de ar comprimido para que possam emergir do fundo do mar e formar uma espécie de barreira para conter a água e evitar as inundações.

"As barreiras funcionam como portas fechadas na horizontal no fundo do mar. Quando acionadas, a água que está dentro delas dá lugar a ar comprimido que, por ser mais leve que a água, faz com que elas subam", explica Tardivo.

Os diques devem ficar submersos principalmente para não "poluir" o visual da cidade e não atrapalhar a movimentação dos barcos. Em outros locais, como Nova Orleans, nos Estados Unidos, também existem barreiras parecidas, mas, ao contrário de Veneza, elas não se movem.

O projeto causou diversas discussões por conta de seu valor, dos danos ambientais causados e pelas diversas denúncias de corrupção e desvio de dinheiro durante a obra.

Fonte: Cintia Baio em Uol Ciência

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